As emoções fazem parte da sua história

É muito difícil enxergar um processo de cura que consiste entrar em contato com sua vulnerabilidade. Existe, dentro de todos nós, uma criança e muitas vezes a pessoa ainda não desenvolveu sua personalidade real; com isso sua individualidade fica baseada na força, no grito, na ignorância e no materialismo. Chegou a hora de se voltar para as próprias necessidades, emoções e sentimentos mais profundos.

Não é demais passar por um processo de cura no qual experimente certos sentimentos que sempre evitou. Você deve conviver bem com suas emoções, porém se preocupa e acaba sempre fugindo de alguns sentimentos. Acontece que o ser humano é composto de todo tipo de sentimento e não podemos fingir que alguns deles não existem. A vida é para ser vivida inteira e intensamente. Por isso, aquilo que não queremos experimentar cruza nossos caminhos justamente para que possamos passar pelos sentimentos que nos despertam para aprendermos e crescermos.

Talvez você precise de ajuda para perceber, assumir e relacionar-se de maneira serena com a própria vulnerabilidade. A vida lhe dá de presente um milagre a cada dia em lições, aprendizados para trazer de volta sua realidade espiritual.

Você vai viver fortes emoções e não deve se omitir com medo de viver grandes sentimentos. Então, não se esconda de um grande amor; mesmo que dure um dia, vale a pena vivê-lo, porque amanhã poderá ser tarde demais. Um lado seu, o seu íntimo, vai querer experimentar o amor na sua plenitude, mas o outro lado rejeita essa experiência maravilhosa pelo medo. Um lado quer intimidade e fusão, o outro quer autonomia, independência e liberdade.

Muitos têm esse medo de amar, principalmente se já sofreram alguma decepção; mas, ao mesmo tempo, querem se jogar de corpo e alma a novas emoções, mesmo que isso os deixe um pouco consumidos. No interior, porém, esses dois impulsos estão sempre em conflito. Um quer se entregar plenamente a uma relação, mas o outro lado, não.
Não aceite, de forma alguma, que aconteça isso, para não perder sua personalidade. Sabe o que pode fazer? Ficar mais leve com a vida, deixando mais por conta dela, levando-a com mais naturalidade; não deixe o emocional dizer que está com os pés no chão; coloque emoções na sua vida, a cada passo um pé fica no chão e o outro no ar. Os dois lados da moeda não ficam virados para o chão ao mesmo tempo.

Não tem como fugir da mente e do coração; quando a mente fica no chão, o coração fica ao vento, mas vão ter que se revezar para caminhar rumo ao aprimoramento, ao crescimento emocional. É a forma que há para conciliar as duas partes em choque dentro de você: deixar o vento universal soprar em seu coração e saber que tudo vai fazer parte da sua história.

Na verdade, o que acontece no exterior reflete fielmente o que se passa em seu interior. Você quer uma relação forte, mas não está totalmente aberta a ela.
Isso vale para quase tudo na vida: quando nosso interior está nebuloso, é recomendável analisarmos o que se passa do lado externo. Assim, tomamos consciência de muitas dificuldades internas, o que nos possibilita enfrentá-las.

Não deve tentar livrar-se de nada que faça parte de si mesmo, mas assumir integralmente o que é. O processo é lento, mas capaz de transformar sua vida.
É o caminho da cura, do encontro com a inteireza e com a realização. O processo de cura tem que se dar em todos os níveis: espiritual, mental, emocional e físico. Ao fazer um esforço harmonioso em sua vida, consegue assumir integralmente e encontrar seu equilíbrio se fazendo mais dinâmico.

É preciso que pratique regulamente alguma atividade espiritual. Isso ajuda você a se manter conectado ao seu Eu Superior. A prática espiritual pode ser exercida de várias formas. Escolha a que aparece a cada dia. Pode ouvir música, dançar, ler, escrever, meditar, orar ou qualquer outra coisa que lhe possibilite conexão com seu Eu Superior. Todos nós precisamos disso. Deve examinar atentamente suas crenças, de modo a abandonar aquelas que repete apenas porque foram ensinadas e as que não têm mais razão de ser. Nesse movimento, abra espaço para novas emoções capazes de ajudá-lo a continuar a escrever sua história.

A cura mais difícil para a maioria é por causa de nossa sociedade que tem a tendência a não valorizar e até negar as emoções. No entanto, se você quer sentir a vida é fundamental ser capaz de experimentar seus próprios sentimentos. Seja qual for o recurso utilizado, o importante é assumir suas próprias emoções, sendo apto a expressá-las e administrá-las da melhor maneira possível.

Cuide de seu corpo com carinho, ouça-o, conheça-o, descubra seu ritmo e características e dê o que ele precisa para ser saudável, flexível, o melhor dentro de suas possibilidades. Não exija demais dele seja simples, leve e amoroso e se lance às boas e bonitas emoções.

Divertidamente – o que seria de nós sem as emoções?

Todos já ouvimos falar sobre a força do pensamento – e o poder que ela pode exercer sobre o corpo e até a saúde geral. A somatização, ou seja, a transformação de problemas psíquicos em sintomas físicos, é um exemplo bem conhecido dessa influência causada por emoções intensas que estão em desequilíbrio com o corpo. Assim, para viver de forma plena e feliz, é preciso manter a harmonia e a serenidade entre os planos físico, mental e emocional.

Se você realmente deseja alcançar um estado de espírito mais sereno, com suas emoções em equilíbrio, mas não sabe por onde começar, apresentamos 10 estratégias que podem ajudar. Tanto em situações de nervosismo e estresse intenso quanto no dia a dia, basta adotar uma ou duas dessas estratégias para se sentir um pouco mais calmo. Aqui vai 10 sugestões para equilibrar suas emoções:

1. Viva sem pressa. Não espere até o último instante para sair para o seu compromisso – saia de casa sempre 10 minutos mais cedo. Assim, você não terá de correr e não dará chance ao estresse. Dirija dentro do limite de velocidade; faça uma pausa antes de responder a uma pergunta; deixe o telefone tocar algumas vezes antes de atender. Torne essas atitudes um hábito para que você permaneça no controle, e não suas emoções.

2. Seja gentil. Diga à jovem atendente que apreciou a forma como ela embalou as compras. Visite um amigo doente ou faça um bolo para alguém que está triste. Isso estimulará emoções positivas, fazendo você se sentir melhor e mais perto dos outros.

3. Acalme seu coração. Você não pode ser sempre responsável pela felicidade de todo mundo, e não faz mal se cometer um erro de vez em quando.

4. Faça intervalos. A cada 55 minutos de trabalho faça um intervalo de 5 minutos. E não sinta culpa: está provado que fazer intervalos durante o trabalho aumenta a produtividade.

5. Adote um animal de estimação. Um cachorro, um pássaro ou um peixe podem ser essenciais para o alívio do estresse. Os bichinhos de estimação trazem alegria e espantam a solidão, ajudando a manter as emoções no campo positivo. Em um estudo do Johns Hopkins Medical Center, 50 em 53 donos de animais viveram um ano após o seu primeiro infarto do miocárdio; entre os que não tinham animais, só 17 das 39 pessoas viveram tanto tempo.

6. Aproveite as férias. Pesquisadores austríacos mostraram que férias de duas semanas, além de acalmarem a mente e o espírito, contribuem para melhorar a saúde e reduzir os níveis de estresse por até cinco semanas. Tanto durante como depois de umas boas férias, dormimos melhor e ficamos de bom humor. Para que as férias tenham esse efeito, devem ser tranquilas, sem excesso de organização. As pessoas que não descansam durante as suas férias não têm os mesmos efeitos benéficos para a saúde quando comparadas àquelas que usam esse período para relaxar de verdade.

7. Inicie um hobby. Arranje um passatempo que lhe dê prazer, como pintar, pescar ou começar uma coleção. Empenhar-se em numerosas atividades protege contra a depressão, uma doença fortemente relacionada a um desequilíbrio das emoções e que tem sido associada a imunidade diminuída e aumento do risco de câncer e outras doenças.

8. Brinque. Sempre que sentir ansiedade ou outras emoções negativas, faça uma pausa e ocupe-se com uma atividade infantil: pinte desenhos com lápis de cor, alugue um filme para crianças, faça bolinhas de sabão ou divirta-se procurando recordações felizes do passado entre os objetos pessoais.

9. Peça ajuda. Quando sentir que a vida está muito pesada, peça ajuda. Não tenha medo: essa é uma das funções da família e dos amigos, e conversar é uma das melhores maneiras de apaziguar nossas emoções. Além disso, habitue-se a não aceitar todos os pedidos ou obrigações quando sua energia estiver em jogo.

10. Não ignore as emoções negativas, mas sorria! Como uma luz de aviso em um painel de instrumentos, os seus sentimentos podem indicar que alguma coisa não vai bem. Se está sentindo raiva, inveja, frustração ou simplesmente irritação é sinal de que precisa respirar fundo e mudar de rumo. O primeiro passo pode ser forçar-se a sorrir: segundo os especialistas, se você sorrir ou rir mesmo sem vontade, o seu corpo reagirá produzindo menos cortisol.

Quantas emoções existem?

Se parar para pensar por um momento, você se dará conta de que as emoções governam grande parte das nossas vidas. Mas você já parou para pensar em quantas emoções existem na realidade? Você saberia explicar o que são estas emoções? Seria capaz de descrevê-las sem utilizar uma metáfora, ao estilo de “tenho borboletas no estômago” ou “estou com um nó na garganta”?

O psicólogo Robert Plutchick disse que existem mais de 90 definições diferentes para o termo “emoção” que foram sugeridas por psicólogos. Desta forma, a dificuldade para definir e identificar as emoções é agravada, visto que nem os especialistas chegam a um acordo ou, pelo menos, a representam de formas diferentes, ainda mais ao levar em conta que as emoções são algo muito pessoal. Além disso, o fato de que as emoções se mesclam entre elas com frequência também não facilita a tarefa de definir quantas emoções existem.

A questão sobre quantas emoções existem é algo que vem de longe. Já no século quarto antes de Cristo, Aristóteles tentou identificar o número exato de emoções básicas. Estas são conhecidas como as 14 emoções irredutíveis, em que Aristóteles identificou o medo, a confiança, a raiva, a amizade, a calma, a inimizade, a vergonha, a falta de vergonha, a compaixão, a bondade, a inveja, a raiva, a emulação e o desprezo.

Séculos mais tarde, Charles Darwin, em seu livro A expressão das emoções no homem e nos animais (1872) sugeriu que a capacidade de expressar emoções através do rosto tinha vantagens evolutivas. Ele também sugeriu que muitas destas expressões emocionais eram universais.

Mais recentemente, os psicólogos fizeram uma série de tentativas para classificar e identificar o número exato de emoções. Surpreendentemente, quando se trata de emoções básicas e universais, há realmente muito menos do que você pensa. De acordo com as teorias mais conhecidas que classificam a experiência emocional humana, existem em qualquer lugar cerca de quatro emoções básicas.

Teorias contemporâneas sobre as emoções

A roda de emoções

Uma destas teorias mais destacadas é a roda de emoções de Robert Plutchik, que identifica oito emoções básicas: a alegria, a tristeza, a confiança, a aversão, o medo, a raiva, a surpresa e a antecipação. A roda de emoções se assemelha à roda de cores, no sentido de que as cores primárias são combinadas para formar as cores secundárias e complementares. Estas emoções básicas se mesclam e se combinam para formar uma variedade de sentimentos.

Seis emoções universais

Outros pesquisadores sugerem que existem cerca de seis ou sete emoções básicas que são vivenciadas nas culturas de todo o mundo. O psicólogo Paul Eckman criou o que conhecemos como o Sistema de Codificação de Ação Facial (FACs), uma taxonomia que mede os movimentos dos 42 músculos da face e os movimentos da cabeça e dos olhos. Eckman descobriu que havia seis expressões faciais universais.

Estas seis emoções originais identificadas por Eckman eram de alegria, tristeza, surpresa, medo, ira e desgosto. Mais tarde ele passou a adicionar uma sétima emoção: o desprezo.

Apenas quatro emoções básicas, é possível?

Mais recentemente, outras pesquisas reduzem o número básico de emoções a apenas quatro. Assim, em um estudo realizado na Universidade de Glasgow, Escócia, os pesquisadores pediram que os participantes identificassem as emoções nas expressões de um modelo realista. O que eles descobriram foi que o medo e a surpresa envolvem os mesmos músculos.

Em vez de representar duas emoções distintas, os pesquisadores sugerem que o medo e a surpresa são simplesmente variações de uma emoção básica. Da mesma forma, a aversão e a raiva envolvem os mesmos músculos, e por isso sugerem que representam variações de uma única emoção.

 Com base neste estudo, os pesquisadores sugerem que ao invés de seis emoções básicas, haveria apenas quatro: a alegria, a tristeza, a raiva e o medo. E dizem também que as variações mais complexas das emoções foram evoluídas a partir desses blocos de construção fundamentais ao longo de milênios.

Quantas emoções existem?

Por outro lado, a maioria de nós poderia argumentar imediatamente que o medo e a surpresa são emoções distintas e separadas, assim como a raiva e o desgosto. No entanto, os pesquisadores observaram que na primeira vez em que a expressão é demonstrada, são usados os mesmos músculos, tanto para o medo quanto para a surpresa.

Os pesquisadores acreditam que essa distinção entre o medo/surpresa e a raiva/desgosto tem uma base social. Somente mais tarde a emoção é expressada plenamente e surge a diferença entre ambas.

Eles também pensam que a expressão das emoções tem uma base de sobrevivência biológica, enquanto que as diferenças que existem entre o medo e a surpresa e entre o desgosto e a raiva foram evoluídas por razões mais sociais.

Isto significa que existem apenas quatro emoções? É claro que não. Esta pesquisa sugere que existem quatro emoções irredutíveis, mas isso não significa que as pessoas só sejam capazes de experimentar quatro estados emocionais.

Na verdade, os pesquisadores comentam que “ninguém em seu juízo perfeito diria que existem apenas quatro emoções, já que os seres humanos têm emoções muito complexas

Quantas emoções existem?

A expressão das emoções

Ainda que pudéssemos ser capazes de identificar tais emoções gerais, a pesquisa de Eckman revelou que o rosto humano é capaz de criar mais de 7 mil expressões faciais diferentes.

As emoções e a forma como as experimentamos e expressamos podem ser tão abundantes quanto sutis. No entanto, são as emoções básicas que servem de base para essas emoções mais complexas e particulares que compõem a experiência humana.

tania valiati

Minha vida foi uma eterna busca. Acredito muito que a vida é missionária e você já vem com um propósito. Penso que enquanto você não encontrar seu propósito de alma, você não sossega. "Tânia Regina Valiati"