A agressividade é sinal de que algo não vai bem…

Esta afirmação contém uma profunda verdade. Você sabe por quê? É simples, porque só podemos conceber uma atitude de agressividade de alguém que não está “de bem” com ela mesma; se ela estivesse em harmonia, feliz, amorosa e “de bem” com a vida, como ela poderia ser agressiva? É simplesmente impossível.

Temos que nos dar conta de que é a nossa reação interior diante da agressão que é o nosso verdadeiro inimigo, e não a pessoa ou a circunstância que a provocou. Precisamos entender que, na verdade, a pessoa que nos faz vivenciar sentimentos ou emoções negativas é como um agente necessário que retira de dentro de nós as nossas fraquezas que, muitas vezes, não percebemos, mas temos de curar em nós.

Isso também se aplica a determinadas situações na vida, quando enfrentamos dificuldades e sentimos medo, insegurança, apegos, etc., e que também nos mostram que estamos equivocados com nossos pensamentos e na nossa maneira de viver. Reflita nesta antiga verdade:

O medo bateu na porta. O amor foi atender e não havia ninguém.

Então, cabe a nós, com serenidade e controle emocional, não nos envolvermos com o ego e compreender que, nesse instante, aquela pessoa agressiva não está vendo o mundo com os olhos do Ser. Podemos até afirmar que, embora esteja nos fazendo mal, dentro de uma visão espiritual está nos fazendo bem, nos mostrando o que necessitamos ver. Deste modo, não se pode exigir dela o que ela ainda não conquistou. Seria como pedir dinheiro emprestado para um banco falido.

Isso não quer dizer que quando somos agredidos moralmente ou fisicamente devemos ser passivos e deixar de nos defender. Não devemos permitir que sejamos um saco de pancadas em nome da compaixão e nem tentar nos comportar altruisticamente a exemplo dos grandes mestres, quando, na verdade, não alcançamos, ainda, este estágio elevado de desprendimento.

Mas, mesmo assim, surge outra pergunta importante, pois afinal o nosso propósito é entender com muita lucidez a complexa condição humana. A pergunta é:

E se no momento que estou sendo agredido e injustiçado, sentir vontade de revidar e mostrar o quanto estou magoado e ferido, o que devo fazer? Reprimir a minha raiva ou soltar todos os palavrões que tenho vontade e direito de dizer?

Quem, por acaso, não se defrontou com uma situação dessa natureza?

Agora preste atenção para esta resposta e não se surpreenda com ela:

Parabéns! Você está passando por um teste.

Considere esta situação como uma verdadeira bênção; um verdadeiro presente de Deus; a oportunidade de ouro para você perceber se vê o mundo através dos olhos do ego ou do Ser.

Eu sei que não é fácil, porque podemos nos dar conta de que não transcendemos os nossos medos e de que ainda estamos inseguros de nós mesmos, mas não podemos perder essas maravilhosas oportunidades que a vida nos apresenta, pois serão elas que irão nos amadurecer e nos demonstrar de forma vivencial a maneira com que vemos o mundo e como podemos mudá-lo.

Embora haja dor nesse processo, devemos considerá-la como uma verdadeira cirurgia espiritual; uma purificação da nossa alma, porque, quando, por fim, alcançarmos o estado do Ser, seremos autênticos com os nossos sentimentos e teremos transcendido as nossas fraquezas. Portanto, não se trata de reprimir a raiva. Ela simplesmente deixará de existir.

Fonte: Livro ‘O Divino Jogo do Ser – Uma nova visão para o despertar espiritual’, de Roberto Saul – Editora Alaúde

tania valiati

Minha vida foi uma eterna busca. Acredito muito que a vida é missionária e você já vem com um propósito. Penso que enquanto você não encontrar seu propósito de alma, você não sossega. "Tânia Regina Valiati"